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1 de Maio de 2024

Saiba como funciona a distribuição do Fundo Partidário

Criado juntamente com a Constituição Brasileira de 1988, o Fundo Partidário Nacional nasceu com o objetivo de fortalecer os partidos políticos, garantido a diversidade e a autonomia financeira das legendas. Atualmente existem 27 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, todos aptos a receber parte do montante destinado ao Fundo.

Os recursos do Fundo são provenientes do orçamento da União. O Fundo Partidário Nacional também recebe recursos provenientes de multas, como aquelas pagas pelos eleitores em situação irregular, e as que são originadas em condenação judicial eleitoral de políticos e candidatos.

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de R$ 155 milhões do orçamento da União foram destinados ao fundo em 2009, que recebeu ainda 30 milhões de reais provenientes de multas. Em 2010, ano eleitoral, a quantia destinada ao Fundo Partidário Nacional superou R$ 200 milhões, sendo R$ 160 milhões provenientes do orçamento obtido por meio da arrecadação de impostos e mais de R$ 40 milhões derivados das multas eleitorais.

A legislação eleitoral garante total autonomia aos partidos políticos, que fazem uso dos recursos considerando as decisões internas. A mesma legislação traz como obrigação a prestação de contas anuais que, em se tratando de diretório nacional, são apreciadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. A lei obriga ainda que os diretórios estaduais apresentem anualmente os demonstrativos de gastos ao Tribunal Regional Eleitoral da federação, enquanto os diretórios municipais devem apresentar as contas ao cartório eleitoral da sua cidade.

Nas eleições gerais de 2010, os partidos políticos que decidiram utilizar os recursos do fundo partidário nas campanhas eleitorais são obrigados a apresentar uma prestação de contas específica, trazendo os gastos realizados como o fundo partidário.

A DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS

A forma de distribuição dos recursos continua sendo objeto de discórdia entre os partidos políticos, principalmente entre aqueles cuja representação parlamentar no Congresso Nacional é reduzida.

Em 1995, foi aprovada a Lei nº 9.096, que associou os critérios de distribuição dos recursos do fundo à chamada cláusula de barreira, dispositivo legal que restringia o funcionamento parlamentar, bem como o acesso aos recursos, somente para os partidos que obtinham 5% dos votos válidos do país. Os votos também deveriam atingir, pelo menos, um terço dos Estados brasileiros, com o mínimo de 2% do total de votos em cada uma das unidades da Federação.

O art. 41 da Lei estabelecia então que a distribuição atenderia o seguinte critério: 1% do total dos recursos seria distribuído de maneira uniforme. 99% dos recursos pertencentes ao Fundo seriam distribuídos de maneira proporcional, observando a representatividade das agremiações políticas no Congresso Nacional.

O dispositivo legal teria validade a partir da composição política do Congresso empossado em 2007. Contudo, no final de 2006, o Supremo Tribunal Federal, em decisão proferida no julgamento de duas Ações de Declaração de Inconstitucionalidade movidas por diversos partidos políticos, declarou que o artigo que regulamentava a distribuição dos recursos feria os dispositivos constitucionais da nação.

Ainda em 2007, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 11.459, que foi sancionada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva. No texto, ficou decidido que os recursos do Fundo seriam divididos considerando os seguintes critérios: 5% dos recursos divididos igualitariamente entre os partidos registrados no TSE, 95% do restante divididos considerando-se a proporcionalidade das agremiações partidárias no Congresso. Atualmente, é este o critério que vem sendo aplicado.

PARTIDOS DE MATO GROSSO TAMBÉM RECEBEM RECURSOS DO FUNDO

O diretório nacional tem total autonomia para gerir e definir a forma de utilização dos recursos do fundo partidário. Não existe na legislação eleitoral dispositivos que obriguem a distribuição do dinheiro para os diretórios estaduais e municipais, mas é comum a transferência de recursos entre as instâncias partidárias.

Em Mato Grosso, os recursos do fundo partidário nacional de 2009 chegaram para 11 partidos. Em 2008, apenas nove siglas receberam investimentos dos respectivos diretórios nacionais.

Apesar de se tratar de recurso público, não é incomum encontrar diretórios regionais que não prestam contas, ou que apresentam as informações com comprovantes irregulares, o que leva o Tribunal Regional Eleitoral a aplicar sanções como multas e suspensão temporária do repasse do Fundo Partidário Nacional. Somente este ano, mais de dez diretórios estaduais tiveram as contas reprovadas.

Abaixo, os valores recebidos pelos partidos políticos de Mato Grosso, em 2008 e 2009:

2009

Ord. Diretório Regional Beneficiário Montante de Fundo Partidário Recebido da Direção Nacional Distribuição de Fundo Partidário às Direções Municipais

1. DEM 188.000,00 0,00

2. PR 25.289,60 0,00

3. PMDB 400.736,90 0,00

4. PP 101.000,00 0,00

5. PSB 63.155,77 0,00

6. PSDB 218.497,52 0,00

7. PT 105.125.04 0,00

8. PTB 13.600,00 0,00

9. PDT 39.000,00 0,00

10. PPS 15.000,00 0,00

11. PSOL* 14.712,66 0,00

Fonte: SCI/COEPA/TSE

2008

Ord. Diretório Regional Beneficiário Montante de Fundo Partidário Recebido da Direção Nacional Distribuição de Fundo Partidário às Direções Municipais

1. DEM 199.000,00 0,00

2. PR 75.868,80 0,00

3. PMDB 306.261,06 0,00

4. PP 105.000,00 0,00

5. PSB 93.703,54 0,00

6. PSDB 234.981,20 0,00

7. PT 90.915,51 0,00

8. PTB 35.300,00 0,00

9. PDT 33.000,00 0,00

Fonte: SCI/COEPA/TSE

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5 Comentários

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O fundo Partidário deveria ser dividido da seguinte forma:
1) 5% Dividido aos partidos registrados no TSE.
2) 95% Dividido Proporcionalmente aos partidos
3) Cada Partido com suas Cotas, deveriam determinar uma verba do Fundo Partidário aos Diretórios e os Diretórios aos Candidatos que foram Registrados no Partido para que os mesmos pudessem pelo menos concorrer quase em igualdade.
Pois o poder do Voto esta nos Diretórios e no Interior ( Diretórios Regionais Logo mais)
Assim, todos os candidatos registrados no partidos sem recursos, poderiam fazer frente aos candidatos capitalista e de poder.
Todos teriam um meio de fazer frente a muitos, pois tem pessoas que com pouco fazem muitos, pois seus Votos seriam verdadeiros e não comprados e dessa forma amenizaria a corrupção e a negligencia de muitos Partidos com o Fundo Partidário.
Tem Candidato que só precisam de recursos pra mostrar que estão fazendo frente a Crápulas e oportunistas.
Tem muitas pessoas de bem, com muitos Votos mas infelizmente não tem recurso para Participar.
Bem que o Congresso, Senado e Presidência, poderia dar mais poder ao povo e agregar essa nova Ideia.
Abraços e DEUS seja Louvado.

"Um Povo que não participa do Governo e da Historia de sua Cidade, Aceita a ser Governado pela Escoria, Crapúlas e Oportunistas" continuar lendo

O fundo partidário é uma parte dos impostos arrecadados e os impostos dos cidadãos não devem ser utilizados para alimentar partidos. Os partidos que se sustentem com o dinheiro de seus partidários. continuar lendo

Infelizmente é uma roubalheira eu falo por experiência sai vereadora em 2016 para 2017 quando é fim do mandato descubro que sou eleita funcionária pública e tenho dinheiro cadê o dinheiro como descobrir no ministério da cidadania agora sair deputado estadual nem recurso tive só uma mixaria cadê o recurso foi para o bolso deles fiquei suplente agora e cadê o cargo cadê o salário é uma infelizmente é uma roubalheira e a sociedade não enxerga isso infelizmente continuar lendo

O fundo partidário , com os partidos políticos em profusão e deixando muito a desejar, é dinheiro jogado fora e que poderia e deveria ser utilizado em saúde e segurança por exemplo.
A muito tempo os partidos transformaram se em algo escabroso, um exemplo disso são os grandes partidos que viraram verdadeiras quadrilhas com o aval das leis.
Não foi atoa que a vaca da Dilma gastou um bilhão de reais na reeleição, segundo alguns veículos de comunicação.
É só lembrar das prezepadas armadas no Congresso pelos QUADRILHEIROS, quando o assunto foi pra ser votado , para estas eleições.
Uma lástima. continuar lendo